Abertura do País da Música em Arcoverde celebra a força ancestral da música pernambucana
O primeiro dia do País da Música do Festival Pernambuco Meu País em Arcoverde foi marcado pela música de força ancestral e dos povos originários pernambucanos. O palco-caminhão recebeu em sua estreia na cidade os músicos Cacau Arcoverde e Gean Ramos.
Brincante, percussionista, luthier, poeta, produtor musical, produtor fonográfico, artista visual e xilogravurista, 44 anos, Claudio José Moreira da Silva, ou como ele é mais conhecido: Cacau Arcoverde é também arte-educador no Ponto de Cultura Orquestra Sertão, que funciona desde 2009 junto com a Associação Cultural Urucungo, em Arcoverde (PE).
No show “Poesia de Berimbau, que levou ao País da Música, Cacau trouxe toda sua força percussiva em uma homenagem a Naná Vasconcelos, com samplers e inserções do percussionista, grande influência e inspiração do músico. Samba de coco, maracatu e ciranda foram alguns dos ritmos em que o repertório passeou durante a apresentação.
Integrante da primeira formação do grupo Cordel do Fogo Encantado, Cacau Arcoverde é diretamente influenciado por Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outros mestres que se dedicaram a divulgar os ritmos nordestinos. Em determinado momento do show, prestou reverência a Zabé Da Loca, artista nascida em Buíque, que é símbolo da resistência das mulheres no pífano.
“Voltei em Arcoverde depois de um ano, lançando um show inédito em homenagem a Naná e uma percussão orgânica e foi uma satisfação imensa participar desse festival na minha cidade”, disse Cacau.
Representante de uma geração talentosa de músicos pernambucanos que se uniram e fizeram o coletivo/movimento Reverbo, Gean Ramos Pankararu subiu ao palco do País da Música em seguida e mostrou todo o encanto e a beleza ancestral de suas canções ao público de Arcoverde. Gean é também da tribo Pankararu e por meio de sua obra celebra os saberes, as experiências e as raízes ancestrais.
"Estar aqui em Arcoverde participando desse festival é uma honra muito grande. Estar aqui como uma das representações dos povos indígenas em Pernambuco é muito especial, preciso falar da importância de estarmos nesses espaços para que possamos demarcar também os nossos territórios e contar a história dos povos indígenas nesse Estado”, disse Gean minutos antes de subir ao palco.
No show, o cantor e compositor mesclou canções de todas as fases de sua carreira, algumas composições suas que foram gravadas por outros artistas, como Simone, e algumas parcerias com outros músicos da geração Reverbo, como PC Silva, Tonfil e Juliano Holanda. Acompanhado apenas de violão e um teclado, Gean se faz enorme no palco com sua presença magnética e timbre forte. (Fotos: Simons Filmes)
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