Festival Pernambuco Meu País celebrou a força das matrizes africanas em Triunfo
A força das matrizes africanas da cultura popular pernambucana esteve muito bem representada no Festival Pernambuco Meu País em Triunfo. No País das Culturas Populares, palco localizado na Praça do Avião, o Samba de Véio da Ilha de Massangano, o Afoxé Yamin Balé Gilê e Zeca do Rolete envolveram o público com seus ritmos, cores e danças.
Patrimônio Vivo de Pernambuco, o Samba de Véio abriu a tarde com sua mescla de samba de coco, samba de roda e percussões vindas da ilha de Massangana, localizada em Petrolina. Os dançarinos do grupo ocuparam o chão da Praça colocando todo mundo para dançar! Brincantes de todas as faixas etárias e todos os credos - com direito inclusive à presença mais que especial de uma freira local - se uniram na pisada incendiária deste samba único.
“Antigamente nosso grupo era o reisado de Massangana, uma ilha que fica no município de Petrolina, isso ainda na época do meu avô, meu pai. E Samba de Véio, o nome é porque as crianças não podiam acompanhar o grupo porque os mais velhos bebiam”, conta a vocalista Maria de Fátima. “É nossa segunda vez em Triunfo e é uma felicidade muito grande poder estar nessa terra, se apresentando nesse festival.”
Em seguida foi a vez do Afoxé Yamin Balé Gilê, que veio do Recife trazendo toda sua potência vocal e instrumental. Uma apresentação emocionante e de celebração da ancestralidade. Com o amarelo de “mamãe Oxum” predominando, o grupo reuniu conhecidos e novos públicos. Foi o caso do comerciante Marcelo de Sá, que nunca tinha visto o Afoxé Yamin Balé Gilé e em poucos minutos já estava dançando. “Esse tipo de evento, como o Pernambuco Meu País permite que a gente entre em contato com tipo de arte novos, isso é muito bom! Eu estou amando”, disse.
E quem fechou este sábado no País das Culturas Populares foi o alto astral e a energia ímpar de Zeca do Rolete, mestre olindense. Griô, ele encantou e divertiu o público com seu coco enérgico e os causos contados entre as canções. Aos 81 anos, Zeca tem como propósito há décadas perpetuar a cultura popular pernambucana e transmitir seu saber aos mais novos. O encontro de gerações é uma marca do grupo, inclusive. Entre os cocos, danças e interações com a plateia, uma homenagem a Miró, falecido há um ano, foi prestada pelo convidado Pitanga, poeta olindense.
Ao final do show, mestre Zeca ainda vibrava a energia da apresentação. “Essa experiência foi tão impactante que é até difícil encontrar palavras. A valorização da nossa cultura por quem está fazendo esse evento é o maior presente! O público de Triunfo foi de qualidade, gostamos muito! Estou sempre pronto para voltar.”
Post a Comment